Celulares podem causar câncer e notebooks são apontados como possíveis redutores da fertilidade masculina
Renato Crispiniano
O uso do celular, uma atividade corriqueira e necessária pode virar no futuro um dos grandes problemas da humanidade. Foi o que constatou uma pesquisa realizada pela engenheira Adilza Condessa Dode, em tese defendida na UFMG no final de março deste ano. Segundo ela, a exposição prolongada às radiações eletromagnéticas das antenas celulares pode provocar câncer e outras doenças.
A pesquisa alerta para a exposição das pessoas que convivem com as antenas celulares próximas de suas residências e usam o aparelho. De acordo com a tese, há correlação entre os casos de óbito por neoplasia, que neste caso é a proliferação anormal das celulares, e a localização de antenas de telefonia celular em Belo Horizonte. Por meio de geoprocessamento, a pesquisadora constatou que a região Centro Sul da capital possui a maior concentração de antenas e com isso a maior taxa de incidência acumulada de mortes por câncer. Já a que ocorre o menor índice, ou a menor taxa é a região do Barreiro que por consequencia abriga o menor número de antenas. Como adiantou a incidência não ocorre somente nestas regiões, mas é gradual por toda a cidade. “As pessoas devem usar o celular nos casos de extrema necessidade e apenas por seis minutos ao dia”, afirmou a pesquisadora ao alertar as pessoas que o uso constante dos aparelhos pode causar doenças.
As crianças, idosos e pessoas hipersensíveis são os grupos de maior risco, devido às especificidades de seu organismo, informou, ao revelar que a questão da radiação é muito séria e se as pessoas soubessem do mal que esses raios causam diminuiriam o tempo de utilização dos aparelhos. “O maior problema ambiental do século 21 será a poluição causada pelas radiações eletromagnéticas”, reforçou. Para amenizar os problemas, ela recomenda a adoção pelo governo brasileiro do chamado princípio da precaução, aprovado na conferência Rio 92. De acordo com a recomendação, enquanto não houver certeza científica da existência de riscos, o lançamento de novas tecnologias devem ser acompanhadas de medidas capazes de prever e evitar possíveis danos à saúde.
Aos usuários, a pesquisadora sugere que não andem com celulares junto ao corpo; adotem a prática de envio de mensagens, evitando ao máximo sua aproximação ao ouvido e afastem-se de outras pessoas ao recorrer ao aparelho.
A pesquisa confirma estudos realizados na Alemanha e em Israel. Nos EUA, a médica epidemiologista Devra Lee Davis, lançou o livro Disconnet (Desconectado), que também revela que as ondas do celular enfraquecem o esperma. Segundo o estudo, homens que usam o celular por mais de 4 horas por dia tem metade da contagem de esperma que os demais. Adilza também confirmou a pesquisa e disse que realmente há relação entre a infertilidade do homem e o uso constante do aparelho. Ainda segundo pesquisa americana realizada pela Revista “Fertility e Sterility” (Fertilidade e Esterilidade), o uso constante do notebook no colo aquece a bolsa escrotal e eleva sua temperatura em até 2,4º podendo causar infertilidade no homem.
Em relação aos níveis seguros de radiação para a saúde humana, a engenheira revelou que esse é o problema, “Até agora ninguém sabe quais os limites de uso não afetam a saúde”, explicou ao revelar que, não é contra a telefonia celular, mas espera que o Brasil adote o princípio da precaução, até que novas descobertas científicas sejam reconhecidas como critério para estabelecer ou modificar padrões de exposição humana à radiação não ionizante.
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