Uma nova equipe médica chegou a Lafaiete, a Dra. Varre-dores, o Dr. Bisturiso, a Dra. Joaninha, o Dr. X, a Dra. Juju, a Dra Mariinha e alguns outros. Esta equipe é composta de médicos especialistas em áreas ainda não estudadas de questões emocionais humanas e atendem em várias regiões da cidade. Certamente ninguém conhece esses doutores, mas eles são um importante grupo que trabalha o sorriso e com ele, levam muitos pacientes dos hospitais e asilos de Lafaiete a amenizarem através seus sofrimentos. Estamos falando do grupo “Doutores do Sorriso”, fundado em meados do ano passado, que percorre os hospitais da cidade para levar um pouco de alento aos pacientes e seus familiares no difícil momento da recuperação.
A entrevista aconteceu na Casa do Teatro e de forma descontraída e muito participada com todos os integrantes do grupo, que deixaram transparecer a união como uma de suas principais características.
De acordo com o coordenador, Geraldo Lafayette, o grupo é formado por várias pessoas, de sexo e faixas etárias diferentes e é composto por atores da Casa do Teatro e anônimos que se identificaram com o trabalho. È o caso da dona de casa, Leila Rodrigues Pereira (Dra. Mariinha), que definiu sua participação como uma terapia e a realização de um sonho. “Aqui consegui me identificar e com as apresentações aprendi que o ser humano precisa de quem os respeite, ame e olhe por eles”, comentou emocionada.
Já a professora, Ana Cláudia Barbosa (Dra. Joaninha), ressaltou o prazer em fazer parte do grupo e que sua participação é uma realização pessoal. O que também declarou o vendedor, Matheus Godoy, o Dr. Bisturiso. Para ele, é gratificante ver nos olhos dos pacientes a felicidade em receber a visita dos doutores que levam vida e alegria àqueles que muitas vezes não tem como sorrir. “Fazer parte do grupo é uma ação humanitária, que presa pela solidariedade e a recompensa é um sorriso”, comentaram.
O projeto “Doutores do Sorriso” foi através da parceria entre a Casa do Teatro, a Rede Freitas e o Hospital e Maternidade São José. De acordo com Ana Cláudia Barbosa, os “Doutores” são, no universo da dor e no cenário hospitalar de Conselheiro Lafaiete, voluntários que se doam num trabalho cuja terapia principal é o sorriso e contribuem de forma significativa para a humanização da saúde pública.
Os “Doutores do Sorriso” se apresentam geralmente em horários agendados, se vestem de jalecos brancos, caras pintadas, nariz de palhaço, perucas coloridas e muita animação. Eles visitam os leitos hospitalares levando sorriso e injeções de “alegriol”, termo utilizado pelo grupo para definir o elixir que revigora os pacientes e incentiva a simplesmente sorrir.
Todos os envolvidos com o grupo são voluntários e definem o trabalho como uma partilha de amor ao próximo. “Nosso trabalho é de levar sorriso e buscar a recuperação física e emocional de nossos pacientes e seus familiares”, comentou a integrante do grupo e artesã, Derminda Damaceno, a Dra. Varre-dores. A juventude também faz parte do grupo, e de acordo com Nathália (Dra. Juju) e Aurélio Lobo (Dr.X), ambos estudantes, para eles, o trabalho representa a humanização da saúde e a aproximação voluntária das pessoas.
Matéria veiculada no Jornal "Correio de Minas"
Conselheiro Lafaiete
Agosto 2010
terça-feira, 31 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Filomena: Experiência e Vitalidade
Guerreira, Filomena Ferreira Mendes é mais uma piranguense que do auge dos seus 94 anos ainda transmite segurança e esperança a todos os que a circundam. Nascida em 11 de agosto de 1916, é uma mulher que passou por muitos momentos difíceis, mas venceu com a força de Deus e da Virgem Maria, a quem tem afetuosíssima devoção.
Mãe e esposa fiel perdeu seu marido cedo, mas mesmo assim com os filhos seguiu em frente trabalhando muito e forte para criá-los e torná-los homens e mulheres de bem.
Guardiã do Quebra, mora na rua desde que nasceu. Rodeada pelos filhos, netos e bisnetos tem no futebol uma de suas grandes paixões e até hoje todos os domingos segue um ritual de ir até o Estádio do Nacional, por quem é torcedora apaixonada para ver os jogos seja do seu time do coração ou os campeonatos municipais ou regionais. Entrosada no assunto conhece todos os times e jogadores e discute como ninguém os prós e os contras de cada equipe.
Mulher forte e guerreira ainda guarda a fé e a sabedoria que o tempo lhe deu. Como Dona Cacilda, também conta historias de seu tempo de menina, moça e das aventuras para cuidar de sua casa e filhos.
Considerada a mais velha moradora do Quebra, Filomena é um exemplo de vitalidade, pois caminha sozinha, vai à missa e as compras sem pedir ajuda a ninguém. A ela nossa homenagem, que continue ativa, guerreira e exemplo de vida para seus familiares e amigos. Sua determinação e força de vontade devem ser exemplos para os jovens que muitas vezes ainda na mocidade perdem o sentido pela vida.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Sabedoria e vitalidade das nonagenárias piranguenses
A sabedoria é uma virtude que se conquista com o tempo e desfrutar deste dom é o que faz Dona Cacilda Nunes Fernandes, mais conhecida como "Dona Cacilda". Aos 98 anos, lúcida, feliz e de bem com a vida, é respeitosamente cuidada por suas filhas que a oferecem uma atenção ímpar.
Feliz por estar no meio de todos e orando fervorosa à Senhora do Rosário é uma das mais antigas personalidades piranguenses, que guardiã do Rosário busca ajudar a todos e manter viva as manifestações religiosas e culturais daquele bairro. Contadora de histórias tem ainda em sua memória muitos contos de seus antepassados e da passada e recente história piranguense.
Nascida no dia 8 de fevereiro de 1912, em Piranga, Dona Cacilda, morou muitos anos na Rua São Sebastião, o famoso "Quebra" conhecido por suas personalidades e incentivadores de festas e Pereiras. Foi vizinha do Cônego Felício Abreu Lopes, de quem lembra da evangelização que fez na cidade por 48 anos.
Diplomou-se com nota 10, na Escola Estadual Coronel José Ildefonso, cujo diretor era o professor Amado Cândido Rodrigues e a professora de classe, Dona Fermina Queiroz. Aos 18 anos casou-se com o jovem músico José Aurélio Fernandes, quando mudou-se para a Rua do Rosário, em frente à Corporação Musical Santa Cecília.
Mãe devotíssima e esposa fiel, Dona Cacilda teve sete filhos, entre eles, cinco mulheres e dois homens. Apaixonada e devota fervorosa de Nossa Senhora do Rosário, fez dela sua inspiração e protetora da família.
Mulher exemplar, Dona Cacilda esbanja bom humor e vontade de viver e pode ser considerada um exemplo de bondade e ajuda mútua. Seu exemplo ficará para sempre e será sempre a guardiã do Rosário e de suas histórias.
O trabalho é sua marca registrada. Lavar e passar roupas são suas especialidades. Como ninguém, Dona Cacilda, conta histórias apreciáveis de seu relacionamento, quando jovem, com o coronel Amantino Maciel e do Dr.Cícero Ildefonso. Está sempre bem disposta e é envolvente e simples em seus atos de lidar com as pessoas a quem cativa com seu carinho e disposição. Todo o final de semana vai à igreja e não perde uma missa além de acompanhar até hoje os ensaios do Coral Cristo Rei. O que gosta mesmo de fazer é rever os amigos e passear.
A esta guerreira, homenageamos e pedimos a Deus e a Virgem do Rosário que possam protegê-la para que continue a transmitir vida e vida em abundância a todos que a procuram e ouvem admirados suas histórias.
Infelizmente nossa cultura não é de valorizar o idoso e seus conhecimentos, é preciso que isso mude e que em exemplos assim nossa humanidade possa se espelhar para que a vida possa ser completa e ter sentido. Como Dona Cacilda, todos devemos aprender que é preciso despertar e se solidarizar com todos os problemas do município e que através da união de todos chegaremos a fazer desta a melhor cidade para se viver.
Como o poema que também homenageia a "Vovó Cacilda", também entoamos em coro: "Ò D. Cacilda, Senhora do Rosário! Seu nome ficará em nosso relicário!”
Especial Correio de Minas – Julho 2010
Reportagem: Renato Crispiniano
terça-feira, 24 de agosto de 2010
A fascinante aventura de uma descoberta mineira
Falar de Piranga é muitas vezes voltar no tempo e contemplar uma história que muitos contam, outros questionam e muitos ainda procuram por explicações. Diante de tudo isto, o mais importante é saber que nossa história nos pertence e seja qual for sua denotação, ela é a mais simples e real passagem de um povo que desde sua formação tem o trabalho e a fé como suportes primordiais de sua concepção.
O Arraial de Guarapyranga, Piraguara, País de Guarapiranga, Piranga ou o nome que se queira dar é um exemplar vivo da determinação dos homens que fizeram e fazem desta terra muitas vezes amada ou até mesmo criticada, a casa de todos. Casa esta, que apesar de tudo... não conseguimos ficar longe. Pedra preciosa entre montanhas, Piranga como já dizia um antigo morador, se sustenta na hospitalidade do seu povo que aqui recebe seus visitantes e amigos se utilizando do verdadeiro significado da palavra família.
Muito haveremos de falar sobre Piranga, mas devemos falar do principal; sua gente e de ações concretas que os levem a crescer e se desenvolver. Ações que busquem o coletivo e algo de bom aos seus cidadãos que clamam por oportunidades e crescimento. Que estes, cheguem logo para que muitos não precisem se dispersar.
Sobre o manto da Imaculada Conceição, Piranga ultrapassa mais um centenário de sua história e através do tempo se reestrutura e faz caminhar aqueles que acreditam que aqui vão prosperar. Muitos falaram e falarão de ti Piranga, mas acontecimentos do presente se insinuam e não te deixam desabrochar para o futuro que lhe prometem. Nossa gente é forte, mas é preciso caminhar e trazer para ela benefícios que só o tempo dirá a que veio e a quem pertencerá no futuro.
Apesar de tudo Piranga, és a Pátria, a hospitaleira mineira, a mãe gentil destes seus filhos que buscam nas raízes fecundas de suas entranhas as marcas de teu passado...
Este caderno pretende contar um pouco da história de Piranga e de seus inúmeros personagens que fizeram e fazem parte da grandiosa trajetória desta tricentenária cidade mineira.
Editorial retirado do Especial Correio de Minas
Festa do Piranguense Ausente – Julho 2010
Texto: Renato Crispiniano
O Arraial de Guarapyranga, Piraguara, País de Guarapiranga, Piranga ou o nome que se queira dar é um exemplar vivo da determinação dos homens que fizeram e fazem desta terra muitas vezes amada ou até mesmo criticada, a casa de todos. Casa esta, que apesar de tudo... não conseguimos ficar longe. Pedra preciosa entre montanhas, Piranga como já dizia um antigo morador, se sustenta na hospitalidade do seu povo que aqui recebe seus visitantes e amigos se utilizando do verdadeiro significado da palavra família.
Muito haveremos de falar sobre Piranga, mas devemos falar do principal; sua gente e de ações concretas que os levem a crescer e se desenvolver. Ações que busquem o coletivo e algo de bom aos seus cidadãos que clamam por oportunidades e crescimento. Que estes, cheguem logo para que muitos não precisem se dispersar.
Sobre o manto da Imaculada Conceição, Piranga ultrapassa mais um centenário de sua história e através do tempo se reestrutura e faz caminhar aqueles que acreditam que aqui vão prosperar. Muitos falaram e falarão de ti Piranga, mas acontecimentos do presente se insinuam e não te deixam desabrochar para o futuro que lhe prometem. Nossa gente é forte, mas é preciso caminhar e trazer para ela benefícios que só o tempo dirá a que veio e a quem pertencerá no futuro.
Apesar de tudo Piranga, és a Pátria, a hospitaleira mineira, a mãe gentil destes seus filhos que buscam nas raízes fecundas de suas entranhas as marcas de teu passado...
Este caderno pretende contar um pouco da história de Piranga e de seus inúmeros personagens que fizeram e fazem parte da grandiosa trajetória desta tricentenária cidade mineira.
Editorial retirado do Especial Correio de Minas
Festa do Piranguense Ausente – Julho 2010
Texto: Renato Crispiniano
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Polêmico, projeto anti-palmadas divide opiniões em Lafaiete
Educar criança hoje é uma tarefa muito difícil para os pais. Num mundo onde as regras são sempre quebradas e a liberdade assume dimensões que muitas vezes mesmo com restrições não acontecem e os limites têm que ser impostos, umas palmadinhas (sem violência) dadas para corrigir as crianças está sendo discutida através de um projeto de Lei. Parece que o governo quer acabar com a prática
Mãe de três filhos; Mateus, 8 anos; Maria, 5 e Luiz Henrique de 2, a doméstica Marcela Jesmund, do bairro Paulo VI, cuida de seus filhos com dignidade, mas preocupada com a situação da violência e das más influências geradas com a convivência. Abordada sobre a proposta da lei que proíbe palmadas, beliscões e outros castigos físicos a crianças, a doméstica se declarou contrária por pensar que a lei não reflete a realidade e poderia deixar os pais sem ação diante da imposição de limites aos filhos. Para ela, palmadi-nhas corretivas e sem violência, não acarretam lesão contra as crianças, mas sim representam dar educação aos filhos.
Ao revelar que já levou umas palmadas da mãe, a doméstica disse que não se sente revoltada, mas acha que ela hoje só tem a agradecer pelas lições que seus pais lhe deram. "Hoje, muitos filhos perderam o respeito pelos pais", disse.
De acordo com outras mães entrevistadas, a situação preocupa e assinala para a falta de limites e o caráter corretivo que a palmada tem no sentido de educar as crianças. Muitas questionaram a Lei e revelaram que, no dia a dia, os pais estão perdendo o controle sobre seus filhos e que repreendê-los faz parte de uma boa educação.
É preciso esclarecer que ninguém faz apologia à violência contra as crianças e o sentido de palmadas que ameacem a integridade física dos mesmos. Para os pais, o sentido único das “palmadinhas” é manter as crianças quietas e conscientes de sua obediência. "As palmadas desde que existe o mundo são um modo que os pais têm de interferir nas atitudes insensatas e erradas dos filhos", ressaltaram.
Em Lafaiete muitos ainda estão indecisos quanto a Lei e algumas mães entrevistadas se declararam a favor do projeto, pelo caráter violento das palmadas. Outras são completamente contra. Contudo especificaram a opinião justificando o contexto da palmada na vida de seus filhos.
Para a vendedora Maria Aparecida dos Santos, que reside na Chapada e que teve doze filhos, as palmadas para educar não são modos de violência, mas devem ser para que a criança aprenda a não desrespeitar os pais. Ela, que cuidou de seus doze filhos, disse que a receita é dar carinho e conversar, pois através do diálogo, é que a educação acontece. "Nunca bati nos meus filhos, mas é preciso compreender que as palmadas servem, muitas vezes, para educar", disse. Seus filhos já estão o mais velho com 29 anos e o mais novo com 12. "Hoje vejo que meus filhos passam muitas dificuldades para criar os deles. A diferença de tratamento e as dificuldades financeiras são grandes", completou.
Já para a doméstica, Cirlene da Silva Morais, de Miguel Burnier, município de Ouro Preto, as palmadas não resolvem. Ela é a favor de uma legislação mais rígida voltada para a causa. Segundo ela, muitos pais abusam das crianças e não percebem que estão violentando-as. "É preciso encontrar no diálogo um modo de resolver os problemas. Bater só piora a situação", afirmou. Cirlene é uma dona de casa, que estava com seus dois filhos, Gabriele, de 6 anos e Gabriel de 11 meses. Para ela, seus filhos estão aprendendo que os limites são dados pelo diálogo e pela não satisfação de algumas vontades. Contrária à posição de Cilene, a professora Carla Roberta Pereira, do bairro Paulo VI, disse que não concorda com a lei e que é preciso impor limite às crianças. Para ela as palmadinhas fazem parte da educação. "Como vão ficar esses meninos e meninas de hoje?", indagou a professora ao esclarecer que já levou palmadas da mãe, mas hoje entende que foi para seu aprendizado e crescimento.
Mãe de três filhos; Mateus, 8 anos; Maria, 5 e Luiz Henrique de 2, a doméstica Marcela Jesmund, do bairro Paulo VI, cuida de seus filhos com dignidade, mas preocupada com a situação da violência e das más influências geradas com a convivência. Abordada sobre a proposta da lei que proíbe palmadas, beliscões e outros castigos físicos a crianças, a doméstica se declarou contrária por pensar que a lei não reflete a realidade e poderia deixar os pais sem ação diante da imposição de limites aos filhos. Para ela, palmadi-nhas corretivas e sem violência, não acarretam lesão contra as crianças, mas sim representam dar educação aos filhos.
Ao revelar que já levou umas palmadas da mãe, a doméstica disse que não se sente revoltada, mas acha que ela hoje só tem a agradecer pelas lições que seus pais lhe deram. "Hoje, muitos filhos perderam o respeito pelos pais", disse.
De acordo com outras mães entrevistadas, a situação preocupa e assinala para a falta de limites e o caráter corretivo que a palmada tem no sentido de educar as crianças. Muitas questionaram a Lei e revelaram que, no dia a dia, os pais estão perdendo o controle sobre seus filhos e que repreendê-los faz parte de uma boa educação.
É preciso esclarecer que ninguém faz apologia à violência contra as crianças e o sentido de palmadas que ameacem a integridade física dos mesmos. Para os pais, o sentido único das “palmadinhas” é manter as crianças quietas e conscientes de sua obediência. "As palmadas desde que existe o mundo são um modo que os pais têm de interferir nas atitudes insensatas e erradas dos filhos", ressaltaram.
Em Lafaiete muitos ainda estão indecisos quanto a Lei e algumas mães entrevistadas se declararam a favor do projeto, pelo caráter violento das palmadas. Outras são completamente contra. Contudo especificaram a opinião justificando o contexto da palmada na vida de seus filhos.
Para a vendedora Maria Aparecida dos Santos, que reside na Chapada e que teve doze filhos, as palmadas para educar não são modos de violência, mas devem ser para que a criança aprenda a não desrespeitar os pais. Ela, que cuidou de seus doze filhos, disse que a receita é dar carinho e conversar, pois através do diálogo, é que a educação acontece. "Nunca bati nos meus filhos, mas é preciso compreender que as palmadas servem, muitas vezes, para educar", disse. Seus filhos já estão o mais velho com 29 anos e o mais novo com 12. "Hoje vejo que meus filhos passam muitas dificuldades para criar os deles. A diferença de tratamento e as dificuldades financeiras são grandes", completou.
Já para a doméstica, Cirlene da Silva Morais, de Miguel Burnier, município de Ouro Preto, as palmadas não resolvem. Ela é a favor de uma legislação mais rígida voltada para a causa. Segundo ela, muitos pais abusam das crianças e não percebem que estão violentando-as. "É preciso encontrar no diálogo um modo de resolver os problemas. Bater só piora a situação", afirmou. Cirlene é uma dona de casa, que estava com seus dois filhos, Gabriele, de 6 anos e Gabriel de 11 meses. Para ela, seus filhos estão aprendendo que os limites são dados pelo diálogo e pela não satisfação de algumas vontades. Contrária à posição de Cilene, a professora Carla Roberta Pereira, do bairro Paulo VI, disse que não concorda com a lei e que é preciso impor limite às crianças. Para ela as palmadinhas fazem parte da educação. "Como vão ficar esses meninos e meninas de hoje?", indagou a professora ao esclarecer que já levou palmadas da mãe, mas hoje entende que foi para seu aprendizado e crescimento.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Reflexão
O PODER DE FAZER
“Duas crianças estavam patinando em cima de um lago congelado... Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam sem preocupação... De repente, o gelo se quebrou e uma das crianças caiu na água... A outra criança vendo que seu amiguinho se afogava debaixo do gelo, pegou uma pedra e começou a golpear com todas as suas forças, conseguindo quebrá-lo e salvar seu amigo... Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:
Como você fez? È impossível que você tenha quebrado o gelo com essa pedra e suas mãos tão pequenas!
Nesse instante, apareceu um ancião e disse:
Eu sei como ele conseguiu!!!
Todos perguntaram:
Como?
O ancião respondeu:
Não havia ninguém ao seu redor para lhe dizer que não conseguiria fazer!”
Fonte: Informativo COOLVAM
Projeto produzido por alunos e professores da EECAM é selecionado e se torna capa de revista ligada a Educação
A EECAM (Escola Estadual Coronel Amantino Maciel) localizada na zona urbana de Piranga foi a única escola do interior a ter seu projeto selecionado para ser capa da Revista AMAE. O projeto teve o objetivo de revelar às crianças a importância de preservar a natureza através das sacolas retornáveis.
Responsáveis pelo projeto e emocionadas as professoras Soraia Quintão Araújo da Silva e Carmem Lúcia de Rodrigues Magalhães Carneiro contaram da gratidão e do reconhecimento em terem o projeto “Sacolas Retornáveis” selecionado para estampar a capa da Revista “Amae Educando”. Na reportagem e capa, a Revista destacou a experiência a favor do Meio ambiente realizada pela EECAM em relação a utilização das sacolas recicláveis, o que seria ecologicamente correto.
A Revista é uma publicação da Fundação AMAE para Educação e Cultura tem oito edições anuais, é escrita por professores através de uma abordagem ligada a realidade vivida em sala de aula e voltada, principalmente, para educadores da Educação Infantil e Ensino Fundamental.
Para celebrar o feito as professoras foram convidadas e estiveram em Belo Horizonte , no último dia 13 de abril, onde no “Café com autores”, nome dado ao bate papo que ocorre no lançamento da edição entre professores, autores, jornalistas e direção puderam contar um pouco sobre o projeto.
Realizado pelos alunos do 4º Ano de escolaridade da Escola Estadual Coronel Amantino Maciel, o projeto “Meio ambiente e sustentabilidade - diga não às sacolas plásticas”, teve o intuito de levar os alunos a conhecer o Meio Ambiente e os modos de preservá-lo. Sustentabilidade foi a palavra chave do trabalho que significou manter o equilíbrio da natureza. “Com o projeto e as ações realizadas procuramos mostrar aos alunos que nosso planeta tem cura e que depende de cada um de nós e de nossas pequenas ações preservá-lo”, disseram. Ainda segundo elas, “com as sacolas retornáveis pretendíamos conscientizar as crianças da importância de se estar informado de como melhorar a situação ambiental do planeta e o que podemos fazer”.
O projeto surgiu através de uma reportagem retirada do Jornal Estado de Minas que mostrava cidades onde era incentivado o uso de sacolas retornáveis. Através da matéria os estudantes descobriram ainda que em diversos países o uso das sacolas plásticas já era proibido e a partir daí decidiram conhecer mais sobre o tema e levantar várias questões. Várias atividades foram desenvolvidas dentro e fora da sala de aula como: trabalhos com textos informativos, visita a Usina de Reciclagem e Triagem de Piranga, entrevista com os pais e visita a uma fazenda de criação de porcos para conhecer o biodigestor.
Os alunos também fizeram panfletagem e saíram às ruas da cidade conscientizando a população, instruindo-os sobre os malefícios causados pelas sacolas plásticas jogadas na natureza. Eles também participaram de um programa de rádio, onde puderam expor a toda a população a importância de se preservar conscientemente o meio ambiente através da utilização de sacolas retornáveis.
O projeto teve seu ápice numa exposição que ocorreu na escola para comemorar seu aniversário. A semana recebeu o nome de Feira Cultural, teve como tema Meio Ambiente e envolveu a comunidade. Na Feira, os alunos usaram camisetas confeccionadas com o tema e distribuíram adesivos. A exposição mostrou sacolas antigas e materiais confeccionados pelos próprios estudantes.
Para as professoras, esta foi uma vitória coletiva da EECAM, de sua direção, professores, funcionários e alunos e representou um incentivo na realização e continuação de projetos que envolvam todo o tipo de conhecimento. “Para nós o importante é fazer com que as crianças aprendam e tenham consciência de que elas podem e devem fazer algo para melhorar o mundo em que vivem”, revelaram. Ainda como ressaltaram, a maioria dos projetos selecionados vieram de escolas da capital, o que as incentivou ainda mais a trabalhar e mostrar que todas as regiões de Minas tem capacidade e dom para representar a educação estadual.
As professoras agradeceram aos alunos, aos pais, o apoio e espaço dado pela EECAM e a todos os amigos da escola que se envolveram no projeto desde sua criação. “A todos agradecemos pelo apoio e reiteramos que esta vitória é de todos que de algum modo incentivam a educação piranguense a ser cada dia melhor. “Nossa profissão muitas vezes não é valorizada, temos muitos problemas no dia-a-dia, mas seguimos lutando pelas crianças e por uma educação de qualidade”, comentaram. Após semear o projeto e seus propósitos, as professoras revelaram que muitas ações já estão acontecendo no município através da Usina de reciclagem, das mudanças do modo de agir da população e do aprendizado ao lidar com o lixo, o que se traduziu para elas em frutos do que foi plantado.
A professora Soraia Quintão Araújo da Silva é educadora há 25 anos, iniciou seus trabalhos em escolas rurais do município e está na EECAM desde 2002. Já a educadora Carmem Lúcia de Rodrigues Magalhães Carneiro, iniciou seus trabalhos também na zona rural, tem 23 anos de profissão e leciona na EECAM desde 2005.
O PAPEL DO JORNALISTA
O jornalismo está em mudança: na tecnologia, no mercado, nos meios, nos formatos, nos modelos de negócio. Por isso é natural que o próprio papel dos jornalistas tenha que se renovar e se adaptar a esta inevitável realidade. Mas antes temos que perceber o que é e o que faz um jornalista. Jornalismo é a atividade profissional que consiste em lidar com notícias, dados factuais e divulgação de informações. Também define-se como a prática de coletar, redigir, editar e publicar informações sobre eventos atuais - uma atividade de Comunicação. A essência do Jornalismo, entretanto, é a seleção e organização das informações no produto final e consiste em captação e tratamento escrito, oral, visual ou gráfico, da informação em qualquer uma de suas formas e variedades.
Estamos vivendo hoje, aquilo que podemos definir como uma sociedade da informação e do conhecimento, na qual a informação e o conhecimento tem valor, mas não é o que acontece com o profissional que está por trás de todo este trabalho, pois a cada dia ele recebe um novo desafio em seu caminho profissional. A exemplo temos a recente decisão no mínimo equivocada e infeliz do Supremo Tribunal de Justiça, em retirar a obrigatoriedade do diploma, termo mínimo para que o profissional tenha uma formação sólida e consciência valorativa.
Mesmo sendo visto como um profissional capaz de transitar nesse novo universo e fazer com que ele se torne compreensível para a sociedade, hoje o papel do jornalista é muito mais importante no que se refere à estruturação de papéis na sociedade, do que jamais teve, pois, no século XX, o jornalismo teve papel importantíssimo para a consolidação da democracia nos principais países do mundo, pois as nações mais importantes tem hoje processos políticos democráticos estabilizados e é muito difícil imaginar que alguma dessas grandes democracias possa sofrer uma reversão.
Hoje, no entanto mesmo com as mudanças e a chegada nas redações da informática e as divisões do trabalho, o papel do jornalista não mudou muito, teve é que ser adaptado como normalmente iria acontecer com a adequação do profissional às novas tecnologias e a nova lógica do mercado. Essas mudanças fizeram com que o jornalista tenha que saber trabalhar para mais de um meio, seja polivalente, conheça diferentes linguagens, saiba trabalhar em equipe e até mesmo em outras funções. Trata-se de uma questão de sobrevivência profissional, pois se é fundamental ser especialista num meio, é essencial que se saiba adaptar a outros, com a nova reestruturação empresarial. Além disso, essa polivalência é muito útil neste período de convergência de meios: um jornalista com boa capacidade para fazer rádio poderá assumir a produção de um podcast num jornal, ou usar as suas qualidades como fotógrafo para ilustrar as notícias no site da estação.
O jornalista tem que procurar ser autônomo, isso não quer dizer promover anarquia nas redações, mas a independência editorial é necessária nesta altura em que se publica a notícia no imediato, através de breaking news no site ou através do Twitter, pois precisa-se de uma maior velocidade de reação. Os cortes no pessoal e as novas estruturas de trabalho, à distância, exemplo da nova divisão do trabalho, podem promover essa autonomia, que corresponde a mais um acréscimo de responsabilidade.
Outro ponto importante a se destacar é o envolvimento e relacionamento do jornalista com as modernas assessorias que vão muito além da divulgação do assessorado. È preciso que o jornalista esteja atento às mudanças para que assim possa desenvolver seu assessorado e o coloque em voga, pois a lógica empresarial da assessoria hoje é maximizar a visibilidade do cliente na mídia, de forma positiva. Para isso, o assessor deve procurar saber exatamente como funcionam as redações, com quem podem ou não falar e como desenvolver estratégias para chegar a esses profissionais. O mercado é volátil, e a agilidade e o consciente trabalho da assessoria é o que as empresas buscam para seus quadros profissionais. Para que ocorra a valorização notícia do assessorado e a assessoria conquiste espaço atualmente, é preciso que o jornalista saiba criar conteúdos, tenha uma atitude empreendedora e saiba destacar sua coletividade. Aqui entra o marketing pessoal e institucional da forma como o jornalista apresenta seu trabaho em redes sociais. A pró-atividade deve ser uma característica de todos os bons jornalistas, mas é essencial no mundo comunicacional de hoje.
É preciso também que o jornalista tenha consciência do impacto das novas tecnologias de informação e se prepare para as novas perspectivas de trabalho que irão passar pela adaptação do profissional aos novos meios de comunicação digital. Antes era uma rede social limitada por fatores geográficos, círculos sociais e econômicos, agora, online, a limitação está no número de contatos que se tem. Uma rede profissional bem montada aumenta as chances de reconhecimento do trabalho, facilita a obtenção de fontes e ajuda, pois agora é preciso saber um pouco de programação, ter conhecimentos técnicos em vídeo, áudio, fotografia, design, quer seja para desenvolver trabalhos multimídia para saber se comunicar sozinho ou num trabalho de equipe. O resultado final já não é necessariamente um texto, mas um pacote multimídia que é preciso saber como fazer ou explicar. Nesse contexto, ainda há espaço para novos tipos de jornalismo, baseados na utilização de base de dados e notícias antigas relacionadas com um determinado assunto, pois, faz parte do novo papel dos jornalistas selecionar, cruzar e usar outras fontes- mesmo da concorrência – de épocas diferentes, em simultâneo e no imediato para explicar a evolução ou o enquadramento de uma história. E a web está carregada de informações valiosas para quem a souber procurar e usar.
O jornalista deve ter consciência de que seu papel hoje é muito mais do que apenas portador da notícia, ele é a ponte entre os utilizadores, a redação e os sujeitos da notícia. Através da gestão dos comentários à notícia, recorrendo ao crowdsourcing, colaborando com os leitores e utilizando-se das novas tecnologias e espaços de trabalho, o jornalista valoriza a informação que publica. É preciso compreender que uma história não está terminada depois de publicada, há sempre mais dados que surgem que podem ajudar a melhorar a compreensão dos fatos. Por isso faz parte das novas funções do jornalista alimentar, recolher e filtrar o diálogo que agora existe com os utilizadores e incorporá-lo no resultado final.
Afinal, o jornalista tem que ser autêntico, pois no meio de toda a contribuição dada pelos utilizadores cabe ao jornalista validar o que tem valor informativo ou não. Verificar fatos continua a ser parte do trabalho, mas assume agora uma importância maior devido ao impacto imediato que uma informação pode ter e que as novas tecnologias propõem, pois a informação espalha-se mais rápido e para mais longe. O papel do jornalista é fundamental na orientação das massas na busca de informação e apesar das novas tecnologias, sua criação continuará a existir.
Contudo, temos que mesmo com as mudanças e os paradoxos entre as novas funções do jornalista é fundamental valorizar este profissional que à frente do jornalismo não deixa de retratar a profissão especializada no tratamento, criação e gestão de informação; no trabalho para a sociedade e na garantia da liberdade de expressão e informação. A partir daí, o jornalista e o jornalismo tem novos desafios. O desafio agora é o de mudar o paradigma do desenvolvimento, e encará-lo como processo equilibrado, que pensa o presente e o futuro como artes da mesma equação. O futuro será consequência do que a gente faz no presente. O jornalista tem hoje o grande desafio, que é olhar para o mundo de forma muito mais ampla, tendo não apenas o olhar no presente, mas também na dimensão da perenidade.
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